Teses do Campus de Angra do Heroísmo - Universidade dos Açores

Este blog pretende resumir as teses de Mestrado e Doutoramento realizadas no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, a que é possível ter acesso e concluídas a partir de Novembro de 2005.

Tuesday, July 29, 2008

Transferência de Energia e Qualidade do Ar no Ensino das Ciências

Foi apresentada e defendida, na Universidade de Aveiro, a tese de Mestrado em Ensino de Física e Química da aluna Maria Helena Maurício Resendes, orientada pelo Professor Mário Talaia do Departamento de Física da Universidade de Aveiro e pelo Professor Félix Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores com o título “Transferência de Energia e Qualidade do Ar no Ensino das Ciências”.
O júri foi constituído pela Doutora Lucília Maria Pessoa Tavares Santos, da Universidade de Aveiro, Doutora Maria Arminda Pedrosa e Silva Carvalho da Universidade de Coimbra, Doutor Mário de Almeida Rodrigues Talaia da Universidade de Aveiro e Doutor António Félix Flores Rodrigues da Universidade dos Açores.
A investigação foi fundamentada, planeada e implementada com base em estudos de casos, numa perspectiva de Ensino por Pesquisa num contexto real – o campo fumarólico da Lagoa das Furnas – onde é possível observar manifestações geotérmicas que despertam curiosidade e inquietações por consequência, formular questões-problema. Estas por sugerirem estratégias de ensino inovadoras e motivadoras para os alunos, e por serem pertinentes do ponto de vista científico, tecnológico e social têm interessse em serem exploradas na disciplina de físico-química do ensino básico e secundário.
A geotermia é sem dúvida a grande fonte alternativa de energia do Arquipélago dos Açores, ainda pouco explorada a nível regional, se bem com grande incremento neste arquipélago quando comparada com outras regiões europeias ou mesmo mundiais.


As questões energéticas estão no topo das preocupações mundiais actuais, não só pela preocupação com as alterações climáticas globais, mas como meio de garantir sustentabilidade energética das sociedades. Defende-se uma aproximação à realidade local no ensino das ciências, de modo a responder às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações darem respostas ás delas.


Nesta investigação, verificou-se que a escolha dos locais para efectuarem as covas, destinadas ao cozido das Furnas, têm sido efectuadas de forma empírica, não correspondendo à eficiência térmica do local, nem tão pouco a uma optimização da temperatura. A escolha do local das “covas” tem sido ao longo dos tempos aleatória e as que existem actualmente tem diferentes performances.
Nas Furnas, a diversidade liquénica, presente nas árvores próxima das fumarolas, permite avaliar de forma rápida e expedita a qualidade média do ar do local, podendo afirmar-se que os níveis de dióxido de enxofre se situam normalmente abixo dos 35 microgramas por metro cúbico, ou seja, com excelente qualidade do ar no que se refere a óxidos de enxofre.
As temáticas abordadas nesta tese visaram responder tanto a problemas de ensino como a questões científicas, tecnológicas e sociais, numa transdisciplinaridade correspondente às visões actuais do conhecimento.

Thursday, July 17, 2008

Participação Social e Práticas Ambientais: As Organizações não Governamentais de Ambiente (ONGA) dos Açores

Foi apresentada e defendida, no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, a tese de mestrado em Educação Ambiental de Fátima Lina Pamplona da Silva, com o título "Participação Social e Práticas Ambientais: As Organizações não Governamentais de Ambiente (ONGA) dos Açores", orientada pelos professores Ana Cristina Pires Palos e Paulo Alexandre Vieira Borges, do Departamento de Ciências da Educação e do Departamento de Ciências Agrárias, ambos da Universidade dos Açores".
O júri foi constituído pela professora Rosalina Gabriel, do Departamento de Ciências Agrárias, professora Ana Margarida Moura Arroz do Departamento de Ciências da Educação e pela professora Lia Vasconcelos da Universidade Nova de Lisboa.
As questões ambientais têm vindo a dominar os discursos públicos, desde os anos sessenta e a ocupar a agenda política mundial na busca de um modelo de desenvolvimento humano ecologicamente sustentável. Nos Açores, os problemas ambientais remontam ao período do povoamento, no séc. XV, na sequência das actividades desenvolvidas pelas populações para garantir a sua sobrevivência. A resolução destes problemas apela à implementação de um novo tipo de desenvolvimento que implica a co-responsabilização de diversos actores sociais (população, comunidade científica, poder económico, mediadores da informação, movimentos sociais e decisores políticos) na construção de uma nova racionalidade ecológica. A adesão a este novo paradigma parece difícil de se incorporar e a prova disso encontra-se na emergência de actores, a partir da sociedade civil, na defesa do ambiente açoriano, as denominadas associações ambientalistas. A presente investigação incidiu aprofundadamente sobre cinco associações ambientalistas açorianas com estatuto de organizações não governamentais de ambiente (ONGA). São organizações que se demarcam do espaço ocupado pelo poder instituído, sem fins lucrativos, que reivindicam um espaço de influência suportado no seu estatuto de representação do interesse público nas questões relativas ao ambiente. Estas estruturas proliferam na região por volta dos finais dos anos 90, beneficiando de enquadramentos legais vigentes, que lhes concedem o estatuto de parceiro social com direito a participar na definição da política e linhas de orientação legislativa em matéria de ambiente. Neste contexto, as ONGA vêem-se afectas a um quadro de responsabilidades cívicas que integra uma variedade de propósitos e parceiros. Para além de estarem atentas aos diferentes actores sociais com maior interferência nas questões ambientais, assumem, eventualmente, a responsabilidade na formação e informação ambiental dos cidadãos, tendo em vista o desenvolvimento da cidadania ambiental. Esta investigação teve como finalidade contribuir para o entendimento das posições assumidas pelas ONGA açorianas no palco do ambiente, no qual se movem com direitos e obrigações compartidos, jogados sob um pesado manto de responsabilidades e atritos, do qual não se exclui a sua própria organização interna. Almejou evidenciar os propósitos que estiveram na base da sua institucionalização, bem como os processos de funcionamento que lhes são imputáveis. Procurou explicitar as perspectivas das ONGA sobre ambiente e os esquemas de intervenção adoptados, tendo em vista a formação da opinião pública na promoção de sensibilidade e consciência ambiental. Pretendeu identificar as relações que as ONGA estabelecem com o poder económico e com o poder político regional e local e a sua contribuição nos processos concernentes à formulação dos quadros legais em matéria de ambiente. Intentou ainda perceber os eventuais espaços de mediação e/ou confluência existentes entre as ONGA a comunidade científica e a comunicação social, bem como os possíveis benefícios que capitalizam na mobilização desses recursos.Os resultados demonstram que apesar da sua importante contribuição para a mediação ambiental, as ONGA açorianas deparam-se com algumas fragilidades em termos estruturais e conjunturais que se prendem com o número reduzido de associados, o regime de voluntariado, a canalização de verbas, a inexistência de recursos materiais e humanos e o sistema de lideranças. As relações que estabelecem entre si são positivas, sustentadas na confiança, na cordialidade, na cooperação e no bom entendimento táctico e/ou estratégico na afirmação das suas posições relativas à defesa do ambiente. As principais áreas que privilegiam nas suas intervenções relacionam-se com a geodiversidade (espeleologia e geologia), o ordenamento do território a questão marítima e os resíduos. No âmbito da Educação Ambiental, as ONGA contemplam públicos específicos (escolas, grupos de reinserção…) e heterogéneos (população em geral). As acções de Educação Ambiental que organizam são, quase sempre, por solicitação externa e abrangem uma diversidade de temáticas, cujas estratégias se adequam ao público destinatário.Os espaços inter-relacionais das ONGA com o poder político têm sido pautados por uma progressiva cooptação, em que as acções radicais de reivindicação parecem ser substituídas por acções institucionais. Este facto relaciona-se, segundo as ONGA, com a reorganização do aparelho administrativo do Estado, com a necessidade de desenvolvimento de projectos comuns e/ou com contrapartidas financeiras. Neste sentido, as intervenções das ONGA sobre este poder tem-se vindo a caracterizar pelo abrandamento nas reivindicações e aposta na construção de consensos (participação em comissões, conselhos regionais…).Relativamente ao poder económico, as ONGA consideram possuir pouca influência, porque a economia açoriana é regulada, maioritariamente, por investimentos públicos e apontam como prioritário o exercício do papel regulador do Estado sobre as empresas dos Açores. É referido que existe uma discrepância de interesses de ambas as partes que constrange a relação. Enquanto que as ONGA entendem o poder económico como potenciador do desenvolvimento sustentável, este vislumbra-as como potenciais obstrutores à sua actividade.O espaço de mediação entre as ONGA e a população pode decorrer da capacidade manifestada pelas ONGA na captação da comunicação social como sustentáculo da formação da opinião pública. Neste aspecto, toma particular relevância a televisão, a qual parece pouco receptiva à divulgação das actividades das organizações. Pode significar que os empreendimentos das ONGA são pouco expressivos em termos de relevância informativa ou a televisão possui outros interesses aos quais precisa atender. Por isso, as ONGA recorrem mais aos jornais, à Internet e à publicação de obras, possibilitando-lhes a divulgação de informação de índole ambiental.A mobilização do conhecimento científico parece ser um procedimento adoptado em todas as ONGA com intuito de intervirem com qualidade e sustentabilidade quer junto à população, quer junto ao Governo. Verifica-se que quase todas as ONGA possuem elementos da comunidade científica integrados na sua associação e quem não os possui tem facilidade em os mobilizar a partir da universidade dos Açores.Por fim, a investigação mostra que as ONGA consideram a participação pública açoriana débil e apontam várias razões para essa ocorrência. Referem que os cidadãos não têm a consciência da dimensão dos problemas ambientais existentes ou que se sentem de algum modo representados pelas ONGA. Por outro lado percebem que possuem pouca influência na alteração das políticas em matéria de ambiente ou não possuem tempo para disponibilizar atenção a estas questões a não ser que estas os afectem directamente e interfiram com o seu quotidiano.Perante este quadro é possível aludir que as ONGA, como entidades de representação social, precisam de reflectir sobre os papéis que vêm assumindo no espaço público, quer como formadores da opinião pública nas questões ambientais, quer como actores de pressão na defesa do ambiente.

Wednesday, July 16, 2008

Gestão de resíduos sólidos e recicláveis em ilhas – O caso da ilha Terceira, Açores. Definição de estratégias para promoção da participação social

Foi apresentada e defendida a tese de Mestrado em Educação Ambiental da aluna Carla Reis, orientada pelo Professor Félix Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e pela Professora Lia Vasconcelhos da Universidade Nova de Lisboa. O tema investigado recebeu o título: "Gestão de resíduos sólidos e recicláveis em ilhas – O caso da ilha Terceira, Açores. Definição de estratégias para promoção da participação social". O Júri foi constituído, para além dos orientadores, pelas professoras da Universidade dos Açores: Ana Moura Arroz e Rosalina Gabriel.
Os problemas relacionados com a gestão de resíduos sólidos na sociedade insular actual são complexos e por vezes de difícil resolução, atendendo sobretudo às quantidades e diversidade dos resíduos produzidos. O elevado índice de consumo verificado nos dias de hoje tem provocado um aumento gradual e significativo na quantidade de resíduos a tratar.
A necessidade de minimizar a produção de resíduos e de assegurar a sua gestão sustentável transformou-se, entretanto, numa questão primordial. Existe uma consciência cada vez mais clara de que a responsabilidade pela gestão dos resíduos deve ser partilhada por todos.
A especificidade dos territórios insulares, atendendo às suas principais características: dimensão reduzida; baixa densidade populacional; distanciamento inter-ilhas e destas ao Continente, importação da maioria dos bens consumidos e dependência económica, agudizam ainda mais esta questão.
Neste estudo procurou-se avaliar o conhecimento da população da ilha Terceira no que se refere à produção, tratamento e destino final dos resíduos sólidos urbanos e resíduos de embalagens. Pretendeu-se ainda analisar, a leitura que os inquiridos fazem do papel que as autoridades com competência na matéria desenvolvem nesta área, assim como a predisposição dos inquiridos para participarem nos processos de gestão de resíduos.

Os Terceirenses, de um modo geral, detêm algum conhecimento sobre esta temática havendo no entanto necessidade de maior clarificação de alguns conceitos e processos. A gestão de resíduos sólidos é vista pelos Terceirenses como um processo de extrema importância, colocando as questões ambientais e de saúde pública entre os aspectos prioritários de desenvolvimento.
De acordo com os resultados obtidos, sugerem-se algumas pistas de actuação por parte das entidades responsáveis pela gestão dos resíduos sólidos urbanos e resíduos de embalagens, nomeadamente:
O estudo da viabilidade de introdução de tarifários PAYT (tarifários variáveis em função da quantidade de resíduos produzidos) de acordo com os serviços de recolha e tratamento de RSU, em detrimento da actual taxa fixa, sem correspondência com a quantidade de resíduos produzidos;
- Estudar a forma como esses tarifários podem contribuir para a alteração de comportamentos, se incentivam ou não a redução e a separação dos resíduos, por parte da população;
-O formato das medidas de educação e sensibilização ambiental devem ser revistas pelas autoridades locais com competência na matéria, assim como o seu processo de difusão. O recurso a outras ferramentas de divulgação da informação, assim como a procura de um maior envolvimento da população deverá ser preconizado;
-O primeiro passo para a Sensibilização/Educação Ambiental será transmitir às populações, de uma forma clara e directa os problemas ambientais existentes no seu concelho, tentando criar uma consciencialização mobilizadora de cidadania activa, traduzida na participação da população nos projectos existentes. Torna-se necessário apresentar soluções e projectos, discutindo a sua importância no desenvolvimento sustentável da ilha bem como, os modos de participação e os progressos verificados, permitindo assim uma adesão voluntária e consciente ao sistema de gestão de resíduos e uma responsabilização individual pela sua hipotética ineficiência;

-Torna-se relevante a implementação da Agenda 21 Local que permita abordar e negociar com a população esta temática;
Conclui-se que a introduzir alterações no actual sistema de gestão, estas estão sobretudo relacionadas com a necessidade de um maior envolvimento da população da ilha Terceira, que parece estar facilitado, uma vez que demonstram vontade em participar nos processos de gestão dos resíduos da ilha. Crê-se que a disponibilidade dos cidadãos em participar nessa gestão poderá ser assegurada, desde que sintam que o seu trabalho é útil e profícuo.
Relativamente às várias fases etárias deste estudo, reconhece-se que é nas camadas mais jovens que se encontra uma maior vontade de participação podendo tal facto produzir a curto e médio prazo resultados positivos, com um sentido de sustentabilidade como o preconizado no relatório de Brutland.
Em termos futuros, a melhoria de alguns aspectos técnicos que poderão permitir à população da ilha Terceira ter uma participação mais activa e responsável, como por exemplo a disponibilização de mais equipamentos (ecopontos), alterações da frequência de recolha dos resíduos (aumento da sua frequência), assim como a implementação de novos serviços: recolha dos óleos alimentares usados ou a implementação de um serviço de recolha porta-a-porta dos resíduos biodegradáveis, são um conjunto de medidas que podem ser equacionadas pelos órgãos responsáveis pela gestão dos resíduos na ilha Terceira, contribuindo para uma melhoria substancial dos problemas ambientais da ilha.

Monday, July 07, 2008

Riscos ocupacionais no Hospital de Santo Espírito (Ilha Terceira): a exposição a mercúrio na óptica dos profissionais

Foi apresentada e defendida, no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores, a tese de Mestrado em Educação Ambiental de Patrícia Isabel Teixeira Vargas, orientada pela Professora Ana Moura Arroz e Professor Félix Rodrigues dos Departamentos de Ciências da Educação e Ciências Agrárias da Universidade dos Açores". Fizeram parte do júri, para além dos orientadores a Professora Rosalina Gabriel e a Professora Adelaida Lobo do Departamento de Ciências Agrárias e a Professora Paula Castro do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa.
A tese intitulada "Riscos ocupacionais no Hospital de Santo Espírito (Ilha Terceira): a exposição a mercúrio na óptica dos profissionais" enquadra-se na óptica da Governance do risco.
O mercúrio tem graves impactos a nível da saúde e do ambiente pelo que a prevenção da poluição por este contaminante se reveste de extrema importância. As instituições de saúde representam potenciais fontes de mercúrio devido a eventuais ineficiências na gestão de equipamentos e produtos que possuem este metal na sua composição. Com este estudo pretendeu-se apreender as representações dos profissionais de uma instituição de saúde sobre os riscos associados à exposição a mercúrio e perceber de que modo os conhecimentos sobre o seu ciclo de vida condicionam as suas práticas. O comprometimento individual destes profissionais na redução do risco de exposição a mercúrio quer por alteração das suas práticas pessoais ou laborais no dia-a-dia, quer pela procura de informação sobre a temática, pode também fornecer pistas relevantes sobre o modo como lidam não só com a exposição a este poluente mas também com outros riscos ocupacionais, o que é útil à própria gestão de riscos eventualmente liderada pelas administrações de instituições de saúde.
Possivelmente, as exigência legais introduzidas ao longo deste estudo, relativamente à gestão do mercúrio em meio hospitalar relacionar-se-ão com o facto da exposição ocupacional a mercúrio, não constituir, em termos gerais, uma preocupação para os profissionais de saúde estudados, tornando ainda desnecessário a implementação de um plano de mitigação no Hospital de Santo Espírito ou até mesmo nos hospitais da região. Todavia, verificou-se que os profissionais de saúde afirmam não estar preparados ou formados para lidar com este tipo de resíduo, que apesar de já não existir nos hospitais associado a termómetros, esfingnomamómetros ou almálgamas dentárias encontra-se associado às lâmpadas de baixa eficiência e a algumas pilhas utilizadas em instrumentos específicos.
A sensibilização dos profissionais de saúde relativamente a esta problemática poderá passar por uma comunicação de rico mais activa e eficaz que, de acordo com o perfil dos interlocutores mais credibilizados pelos inquiridos, poderá ser promovida utilizando como veículos de informação preferenciais peritos ou investigadores. Para os profissionais de saúde do Hospital de Santo Espírito, a exposição ocupacional a mercúrio não é uma preocupação, o que poderá estar associado à crença de que a maioria das suas fontes de emissão já foi eliminada e daquelas que ainda existem, como pilhas ou lâmpadas fluorescentes, estão sujeitas a um processo de gestão adequado. Por outro lado, riscos associados ao contacto com sangue ou outros fluidos contaminados, stress ou posturas incorrectas de trabalho trazem grandes preocupações a esses profissionais de saúde, evidenciando-se nos resultados a necessidade de agilizar estratégias de mediação entre administração e profissionais, de forma a aumentar a eficácia e envolvimento dos diferentes parceiros na gestão desse tipo de riscos na instituição.

Sunday, July 06, 2008

Os Educadores de Infância e as temáticas ambientais desenvolvidas nos jardins-de-infância dos Açores: principais abordagens e necessidades

Foi defendida no Campus de Angra do Heroísmo da Universidade dos Açores a tese de Mestrado em Educação Ambiental de Cidália Maria Gorgita Pacheco, orientada pela Professora Rosalina Gabriel e pelo Professor Francisco Sousa dos Departamentos de Ciências Agrárias e Ciências da Educação, respectivamente, ambos da Universidade dos Açores.
A tese intitulada “Os Educadores de Infância e as temáticas ambientais desenvolvidas nos jardins-de-infância dos Açores: principais abordagens e necessidades” estudou os jardins-de-infância dos açorianos de todas as ilhas, tentando descortinar quais os conhecimentos ambientais que os educadores, enquanto construtores do currículo, transmitem às crianças, tendo sido pesquisadas sete temáticas ambientais: 1) Mar e recursos hídricos, 2) vulcanologia e sismologia das ilhas, 3) Desequilíbrios provocados pela acção humana, 4) Preservação do Ambiente, 5) Observação e registo de fenómenos naturais, 6) Fauna e flora regional e 7) História, património e manifestações culturais. Em simultâneo foram averiguadas as necessidades sentidas pelos educadores açorianos em cada uma das temáticas referidas anteriormente e inventariados os recursos mais desejados por estes profissionais, no sentido de documentar e obter informação que possa vir a proporcionar um melhor apoio à prática da Educação Ambiental no contexto escolar.
Verificou-se que a maioria das crianças açorianas deste nível de ensino estão a receber informações generalistas, sobretudo no que respeita à Observação e Registo de Fenómenos Naturais e Desequilíbrios Provocados pelo Homem.
Cerca de um quinto dos educadores de infância evoca a falta de informação para não abordar temas que consideram importantes, enquanto cerca de um terço advogam que a faixa etária das crianças com quem trabalham não lhes permite trabalhar esses aspectos.
Os recursos que os educadores consideram mais pertinentes são as acções de formação e materiais audiovisuais para as crianças, nomeadamente CD’s e DVD’s.
Verificou-se que são os educadores mais velhos, com mais de 35 anos de idade, os que mais abordam os aspectos ambientais e são também aqueles que dizem necessitar de menos recursos. Esta evidência vai de encontro a vários estudos que reconhecem que o docente está sujeito a mudanças associadas ao crescimento etário e profissional. Assim, a ideia de fomentar oficinas de formação entre os Educadores dos Açores, deverá ter como alvo preferencial os educadores mais novos na carreira, isso porque os dados deste estudo confirmam que quanto menos anos de serviço menor é a diversidade das abordagens, especificamente sobre o contexto regional. São os educadores provenientes da Escola do Magistério Primário e os Educadores formados no Campus de Angra do Heroísmo aqueles que mais abordagens fazem sobre os aspectos ambientais no jardim-de-infância, principalmente no que se refere a aspectos de índole açoriana, não acontecendo o mesmo relativamente a educadores formados noutras instituições.
Verificou-se que somente um décimo dos educadores de infância na região é que estão integrados no programa Eco-Escolas. A integração dos educadores nesse programa acarretará uma mais valia ambiental, visto se ter verificado que existe uma influência positiva deste programa sobre as abordagens dos aspectos ambientais.
Urge que os educadores açorianos “mudem as lentes” nas suas abordagens, relativamente à educação ambiental no jardim-de-infância.

Tuesday, July 01, 2008

Potencial Didáctico e Pedagógico da Geodiversidade Mariense na Conceptualização do desenvolvimento Sustentável

Esta tese de Mestrado em Educação Ambiental intitulada de "Potencial Didáctico e Pedagógico da Geodiversidade Mariense na Conceptualização do desenvolvimento Sustentável" realizada por Natália Barbosa de Abreu, orientada pelos Professores Francisco Cota Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias e Francisco José Rodrigues de Sousa do Departamento de Ciências da Educação da Universidade dos Açores pretendeu demonstrar o potencial didáctico e pedagógico da geodiversidade Mariense, considerando as competências essenciais do Currículo Regional e as concepções e práticas que os docentes do Ensino Básico têm acerca do ensino/aprendizagem das Ciências Naturais. Fizeram parte do júri o Professor Victor Hugo Forjaz e a Professora Rosalina Gabriel, também da Universidade dos Açores.
Vários autores defendem que a Educação para o Desenvolvimento Sustentável se enquadra na Educação Ambiental. Estas formas de educação pretendem essencialmente levar à mudança de consciências e atitudes; processo este imprescindível na construção de novas formas de desenvolvimento, alternativas aos modelos mais clássicos, que hoje se apresentam claramente em ruptura. Neste âmbito surge a defesa em prol das saídas de campo, como forma de incutir nos alunos os propósitos anteriormente referidos. Caracterizaram-se sítios de interesse para o estudo da Geodiversidade Mariense, recorrendo ao estudo da cartografia, à realização de saídas de campo e pesquisas bibliográficas. Esse património possui diversos valores: intrínseco, cultural, estético, ecológico, funcional, social, económico, científico e educacional. "Entende-se que a paisagem física não é apenas a flora e fauna é também, e sobretudo a do suporte geológico que a condiciona."As políticas de Conservação da Natureza, normalmente, estão circunscritas à protecção e conservação da biodiversidade, revogando os factores abióticos (geodiversidade) para um plano inferior de protecção, daí a urgência em integrar estratégias de conservação tanto da biodiversidade como da geodiversidade. Na presente tese, elaborou-se um percurso interpretativo que saindo do Cais/Marina de Vila do Porto, passando pelo Miradouro da Pedra Rija, Poço da Pedreira, Miradouro do Espigão, Miradouro da Vigia da Baleia e Miradouro da Macela, levava os alunos a apreender conceitos de geologia e a valorizar a geodiversidade da ilha de Santa Maria. Os resultados obtidos, de âmbito pedagógico, permitem afirmar que os alunos da turma experimental apresentam evoluções notórias relativamente às concepções subjacentes a conceito de "desenvolvimento sustentável" relativamente aqueles que não foram submetidos a este percurso de interpretativo.